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    hellorain™
    14 out. 2023
    Neurotransmissores: os mensageiros do cérebro

     

    Tudo o que acontece em nosso corpo é administrado por um centro de comando: o nosso cérebro. Este órgão é responsável por receber, interpretar e enviar as informações para as diversas partes do corpo. Mas, como ele faz isso? É importante saber que o Sistema Nervoso funciona por causa da interação do conjunto de vários neurônios que existem no corpo, ou seja, não acontece de forma isolada, mas por meio de uma rede neural.

    Os neurônios são as células cerebrais responsáveis por essa comunicação, que por meio da produção de mediadores químicos, denominados neurotransmissores, irão agir nas sinapses, uma região entre um neurônio e outro, e transmitir a informação.

    Acompanhe este post para entender o que é, como funciona e quais são os principais mensageiros cerebrais.

    O que são neurotransmissores?

    Os neurotransmissores são mediadores químicos produzidos pelos neurônios, responsáveis por facilitar a transmissão dos impulsos nervosos através da sinapse. Você deve estar se perguntando o que é sinapse. De forma bem simplificada, é um pequeno espaço ou a junção entre dois neurônios ou um neurônio e o músculo. É neste local que ocorre a liberação dos neurotransmissores, a fim de que as informações sejam levadas ao corpo, conforme a necessidade.

    Mas para ser considerada um neurotransmissor, as substâncias devem ter as seguintes características:

    • Estar presente nos terminais de axônio pré-sináptico.
    • Ser produzida dentro do neurônio.
    • Conter enzimas para sintetizar a substância na célula pré-sináptica.
    • Ter quantidade suficiente da substância química presente para realmente ter um efeito sobre o neurônio pós-sináptico.
    • Ter receptores específicos da substância na membrana pós-sináptica para se ligar.
    • Ter um mecanismo de recaptação ou uma enzima que degrada a substância para interromper a sua ação.

    Contudo, existe uma gama de neurotransmissores e eles podem ser encontrados em formas variadas, sendo então classificados como:

    • Aminas biogênicas: acetilcolina, monoaminas e catecolaminas – uma subdivisão na qual se encontra a dopamina, noradrenalina, adrenalina, indolaminas (serotonina e outros derivados) e a histamina.
    • Aminoácidos: alguns aminoácidos funcionam como neurotransmissores, como é o caso do glutamato, GABA, glicina, aspartato etc.
    • Peptídeos: inclui as substâncias opióides, orexinas/hipocretinas, encefalinas, peptídios de origem hipofisária, NPY e substância P.
    • Purinas: adenosina e ATP
    • Gases: óxido nítrico e monóxido de carbono
    • Substâncias de origem lipídica: prostaglandinas, endocanabinoides etc.

    Você sabe o que é neurotransmissão?

    É através do processo de neurotransmissão que as funções fisiológicas passam a acontecer, como aprendizado, memória, capacidade de raciocínio, percepção, batimentos cardíacos, digestão, entre outras. Sendo assim, estes mediadores químicos serão liberados para responder diante das mudanças fisiológicas, podendo aumentar ou reduzir a concentração e liberar determinado tipo de neurotransmissor ou outro – o que vai definir é como o corpo deve reagir diante aquele estímulo. Quando isso acontece, o neurônio que recebeu o neurotransmissor sofre uma mudança em sua membrana e desencadeia uma descarga elétrica por toda a sua membrana. É o que chamamos de potencial de ação, o qual poderá ser inibido ou estimulado dependendo do tipo de neurotransmissor e do receptor no qual ele se liga.

    Desse modo, muitos medicamentos e suplementos são utilizados por conseguir alterar este processo, com o intuito de corrigir ou potencializá-lo, ou, ainda, pode simplesmente ser um efeito adverso.

    Como atuam os neurotransmissores?

    De modo geral, a função de todo neurotransmissor está relacionada com a transmissão da mensagem de um neurônio a uma célula alvo, onde irá se ligar aos receptores desta célula. A diferença é que eles podem ter efeitos inibitórios, excitatórios ou modulatórios:

    • Inibitórios: os neurotransmissores inibitórios reduzem a probabilidade de um neurônio de disparar um potencial de ação. Em outras palavras, eles interrompem a transmissão da informação. Exemplos são a serotonina e GABA, além da acetilcolina e dopamina (dependendo do receptor que se ligam podem atuar tanto como inibitório quanto excitatório).
    • Excitatório: neste caso, ao contrário dos inibitórios, eles aumentam a probabilidade de disparar o potencial de ação, fazendo com que a informação seja transmitida. Os mais conhecidos são a adrenalina e a noradrenalina.
    • Modulatórios: também são conhecidos como neuromoduladores, pois tem a capacidade de balancear o impacto de uma mensagem transmitida. Ou seja, atua em vários neurônios ao mesmo tempo, podendo desacelerar uma reação, sem bloqueá-la totalmente. Além disso, também influenciam os efeitos de outros tipos de mensageiros químicos.

    Principais neurotransmissores

    Acetilcolina (Ach)

    Foi o primeiro neurotransmissor descoberto e está associado com muitos comportamentos, dentre eles o aprendizado, a memória, a atenção e os movimentos dos músculos. Doenças como Parkinson, Alzheimer, esquizofrenia, epilepsia e até mesmo o tabagismo estão relacionadas com a deficiência deste neurotransmissor.

    Adrenalina

    Bem provável que seja o neurotransmissor mais conhecido, a adrenalina também é chamada de epinefrina e é derivada da noradrenalina. Além disso, é um dos principais neurotransmissores excitatórios, sendo liberado como um mecanismo de defesa do organismo em situações de estresse, medo, perigo ou emoções que geram nervosismo.

    Noradrenalina (NA)

    A noradrenalina ou norepinefrina provêm da metabolização da dopamina e, assim como a adrenalina, tem efeito excitatório. Ela está relacionada com diversos aspectos como humor, atenção, alerta, aprendizado, memória e excitação mental e física. Em situações em que ocorrem aumento da concentração de noradrenalina, há aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial e, se permanecer assim por longos períodos, pode prejudicar a saúde. Assim também, quando há redução da sua concentração por algum fator de forma crônica, pode levar a depressão e aumento do estresse.

    Endorfina

    É conhecido como o “hormônio do prazer” e está relacionado com a memória, humor, funcionamento do sistema imunológico, controle da dor e do fluxo sanguíneo. Sabe aquele hormônio que é liberado após uma atividade física e que te deixa com uma ótima sensação? É exatamente da endorfina que estamos falando. Ela é um opiáceo, assim como a heroína e a morfina, e pode estar envolvida nos mecanismos de dependência física.

    Serotonina (5HT)

    Assim como a endorfina, a serotonina também está relacionada com a sensação de bem-estar e satisfação, controlando o sono, o apetite e a energia. Dependendo de qual receptor é ligada, possui ação inibitória ou excitatória. A falta deste hormônio pode levar à depressão, estresse, agressividade e ansiedade. Com isso, muitos medicamentos antidepressivos agem inibindo a recaptação de serotonina e, consequentemente, há aumento da sua concentração e melhora dos sintomas. Um fato interessante é que um grande número de células é capaz de detectar a serotonina, porém poucos neurônios a produzem.

    Dopamina (DA)

    Uma das principais características da dopamina está em sua ação chamada de sistema de recompensa, ou seja, a estimulação do prazer. Ela atua em diversas regiões do cérebro e sua ação influencia nas nossas emoções, aprendizado, humor, atenção e sono. Além disso, também controla o sistema motor e, por esse motivo, quando há degeneração de neurônios dopaminérgicos (os responsáveis por produzir a dopamina), ocorre a ausência deste neurotransmissor, o que provoca a doença de Parkinson.

    Glutamato

    É o neurotransmissor mais abundante no sistema nervoso que atua como excitatório, muito importante para o desenvolvimento neural, plasticidade sináptica, aprendizado e memória a longo prazo, além de outras funções cognitivas. Ainda, possui papel fundamental em diversas doenças neurodegenerativas, sendo que o excesso deste aminoácido é tóxico, podendo estar relacionado com uma doença conhecida por ELA (esclerose lateral amiotrófica).

    Ácido gama-aminobutírico (GABA)

    Principal neurotransmissor inibitório, o GABA é responsável por diminuir a atividade dos neurônios, de modo a evitar que eles sejam estimulados de forma excessiva, o que poderia levar à ansiedade. Alguns ansiolíticos agem justamente nos receptores GABA, a fim de aumentar os efeitos deste neurotransmissor, produzindo relaxamento e calma.


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    14 out. 2023